sábado, 3 de agosto de 2013

A corda e a cobra




Olá queridos,



Hj , queria compartilhar com vcs um sutra que é muito conhecido entre os yogues, ele fala  sobre um yogue que estava caminhando sozinho pela floresta, pela cabeça dele só passavam pensamentos  de medo e pavor , ele tinha medo de aparecer uma cobra no seu caminho.
 E  de repente, no meio do caminho ele avistou uma cobra e ficou paralisado,  seu medo era tanto que não percebeu que era apenas uma corda. Acreditou piamente ser uma cobra até o momento que parou um segundo para respirar, para observar com calma e dar  tempo de se acalmar . Assim teve a chance de perceber que era somente uma corda, e não uma cobra, e pode continuar seu caminho.

Este Sutra fala  dos nossos medos, preocupações e julgamentos precipitados, que nos levam muitas vezes  a ver as pessoas e as situações à partir do nosso mundo pessoal, da nossa visão e julgamento, tendemos a  imaginar, criar expectativas,medos e a rotular as pessoas e não de fato as enxergamos como são, com clareza,  isso se chama ilusão, maya.

 Muitas vezes esses medos, julgamentos bloqueiam nosso caminho, nos paralisam. Tomar conhecimento destes fatos e olhar a vida com olhar de uma criança, com pureza , e não carregados de julgamentos e de medos , acho que este  Sutra de Patanjali fala um pouco disso, seguir mais livre de medos, preocupações  e de idéias pré concebidas.








drastr-drsyayoh samyoga heya-hetuh

17. No fenômeno observado-observador encontra-se a causa do sofrimento que pode ser evitado.



O sofrimento que não chegou pode ser evitado, mas segundo Patanjali, requer uma clara compreensão do fenômeno do observador e observado. Não conhecemos os homens e as coisas que o cercão como de fato são. O real transformou-se no observado, e desde que não conhecemos o real, consideramos o observado como real. O fenômeno observador-observado pode ser compreendido se tivermos a conhecida ilustração da filosofia Hindu conhecida como sarparajju-nyaya, que significa confundir-se a corda com a cobra.
A corda é o real a cobra o observado, quando vê a corda, de sua escala se observação, tem a impressão de que é uma cobra que está a sua frente. Ao ver  a cobra  ao  invés da corda, naturalmente tem medo dela. Todas as reações daquele que percebe com relação àquele objeto serão de medo.Ele não se aproximará para não ser picado pela cobra. Um sentimento de medo e ansiedade assalta-o introduzindo em sua vida um elemento de sofrimento. Ele sofre porque não sabe como se livrar da cobra. Mas, o que é estranho é que não há cobra alguma; há apenas uma corda. Na vida, ocorre algo semelhante a isso o tempo todo. Não vendo o real, sofremos com as implicações que imaginamos com relação a nosso embate com o observado. Sabe-se que o observado é a projeção do observador e, portanto, não tem a existência intrínseca. A existência do observado depende do observador. Confundir a existência  dependente com e existência intrínseca é incorrer em ilusão ou maya.  Se nossas ações são baseadas na percepção do observado e não do real, então podemos criar para nós sofrimento e dor. No relacionamento humano , deve-se observar o fenômeno de uma corda ser confundida com uma cobra. Podemos impedir o observado de vir a existência? Caso possa acontecer, certamente, seremos capazes de ver o real, ou seja, seremos capazes de  perceber as coisas como elas. Como pode o observado ser impedido de vir à existência? Para isso precisamos compreender como o observado vem à existência. É o que Patanjali discute no próximo sutra.


"Yoga a Arte da Integração"
Rohit Metha

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